Mágoa
Hoje ela não me deu trégua...
Entrou silenciosa e dominou
Calou-me fundo essa mágoa
Por que será que ela deságua?
Invade-me numa sobrecarga
E meu coração minguou...
Desatinou... Destrambelhou
Nem a luz do sol apaziguou
Silenciei... Nem sei no que pensei
Tamanha a sua força avassaladora
Rodopiei... Tropecei e me abracei
Fiquei lerdo e me senti entregue
Estático... Quando me vi... Solucei
Tentei me segurar e despenquei
Cansei-me e não me solucionei
Situação mais esquisita e doída
Mas seguirei em frente... Valente!
Não entregarei como ser negligente
Sou mais forte... Até a morte!
Do que essa enchente demente
Minha alma plena... Ficará serena
Construirei refúgios na luz que acena
Iluminarei essa escuridão pequena
Com astúcia, belas volúpias dignas
Seguirei os meus passos apenas
Singelo traçado num esquema
Sem regras, mas prevista na régua
Do desenho traçado pelo supremo
Soberano Pai poeta do universo
Que guia meus caminhos e versos
A não me deixar cair no insucesso
Aliviando-me da dor e seu processo
Dueto: Carmen Cecília & Hildebrando Menezes