A solidão da estrela
Quais constelações a me mirar do alto
Que enxergam a beleza tão oculta
Tão bem de trás dos olhos, sob a pele,
O céu já não enxerga as almas brutas.
E uma cadente estrela nos impele
A ostentar desejo, e minha conduta
A me faltar o ar ainda agora
Quais constelações a me mirar do alto
Se terei que esperar até a aurora
A frente de umas nuvens descabidas
Só vêem o abraço estéril em mim mesmo
E o meu corpo tão vazio, a esmo
Não cede mais razão à minha vida,
Não cede mais suor às minhas costas
E a morbidez me toma de repente
Quais constelações a me mirar do alto
E eu a devolvê-las seus olhares
Sozinhos, tão sozinhos quanto os meus
Quando observam luzes contra o céu
Guardando em suas pupilas tanto breu
Guardando tanta falta de carinho
Que enegrece e rasga todo entorno
Que a bomba no meu peito é só um adorno
Se está a pulsar quando eu estou sozinho.