A solidão da estrela

Quais constelações a me mirar do alto

Que enxergam a beleza tão oculta

Tão bem de trás dos olhos, sob a pele,

O céu já não enxerga as almas brutas.

E uma cadente estrela nos impele

A ostentar desejo, e minha conduta

A me faltar o ar ainda agora

Quais constelações a me mirar do alto

Se terei que esperar até a aurora

A frente de umas nuvens descabidas

Só vêem o abraço estéril em mim mesmo

E o meu corpo tão vazio, a esmo

Não cede mais razão à minha vida,

Não cede mais suor às minhas costas

E a morbidez me toma de repente

Quais constelações a me mirar do alto

E eu a devolvê-las seus olhares

Sozinhos, tão sozinhos quanto os meus

Quando observam luzes contra o céu

Guardando em suas pupilas tanto breu

Guardando tanta falta de carinho

Que enegrece e rasga todo entorno

Que a bomba no meu peito é só um adorno

Se está a pulsar quando eu estou sozinho.

Joao L Terrezo
Enviado por Joao L Terrezo em 23/03/2009
Código do texto: T1502290