Na mais profunda solidão

Os ventos do norte não sopraram nenhum alento,

acalentando a tristeza que habita essa paisagem.

Num canto dessa janela, a lembrança, a visagem.

Na porta, a taramela trancando cada pensamento.

A mente apagando imagens, os olhos envoltos por vazios.

O tempo sugerindo viagens, a chuva enchendo outros rios.

E a fertilidade do solo que cultivava a imaginação

foi encharcada por densas nuvens de poeira e solidão.

Saudade, ainda, do que não tive e jamais vivi.

Espaços imensos de um viver amargo e enclausurado.

Ventos que não secaram aquele aposento inundado.

A alma ensimesmada num vão onde me esqueci...

SATURNO
Enviado por SATURNO em 22/03/2009
Reeditado em 01/05/2013
Código do texto: T1500814
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