Na mais profunda solidão
Os ventos do norte não sopraram nenhum alento,
acalentando a tristeza que habita essa paisagem.
Num canto dessa janela, a lembrança, a visagem.
Na porta, a taramela trancando cada pensamento.
A mente apagando imagens, os olhos envoltos por vazios.
O tempo sugerindo viagens, a chuva enchendo outros rios.
E a fertilidade do solo que cultivava a imaginação
foi encharcada por densas nuvens de poeira e solidão.
Saudade, ainda, do que não tive e jamais vivi.
Espaços imensos de um viver amargo e enclausurado.
Ventos que não secaram aquele aposento inundado.
A alma ensimesmada num vão onde me esqueci...