Lembrança
Lembranças guardadas, sombrias,
Murmuravam, como vozes, na noite
Protegiam vida, qual barro seco,
Sentindo dor de escravo, em açoite.
Fui dor protegida por olhos tristes
Vagando, buscando um caminho
Até que o suor surgiu em meu rosto
Semeando raiva, em desatino.
Apagavam idéias e ideais
Nascidos pós-morte morrida,
Velavam as sobras que alimentavam
Minha boca e vida, ofendidas.
Despedi-me de mim, já faz muito,
Criei outro eu, desdobrando-me santa
Perdoei meu erro de querer outra vida
Aceitando que viver...Era só na lembrança.