Lembrança

Lembranças guardadas, sombrias,

Murmuravam, como vozes, na noite

Protegiam vida, qual barro seco,

Sentindo dor de escravo, em açoite.

Fui dor protegida por olhos tristes

Vagando, buscando um caminho

Até que o suor surgiu em meu rosto

Semeando raiva, em desatino.

Apagavam idéias e ideais

Nascidos pós-morte morrida,

Velavam as sobras que alimentavam

Minha boca e vida, ofendidas.

Despedi-me de mim, já faz muito,

Criei outro eu, desdobrando-me santa

Perdoei meu erro de querer outra vida

Aceitando que viver...Era só na lembrança.

Li Vaz
Enviado por Li Vaz em 20/03/2009
Reeditado em 22/04/2009
Código do texto: T1497033
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.