POEMA D'UM MORTO
Sentindo-me abafado
mesmo sendo amado
com âmplo espaço
me sentia encurralado
O grande era minúsculo
a luz, escuridão
o sorriso careta de morte
o cumprimento uma agressão
A liberdade era prisão
o dever, sacrifício
o deitar, um martírio
pois tinha que levantar
Morrer era preciso
tinha que me desintegrar
várias vezes tentei o suicídio
mas a coragem não se
aliou como subsídio
Pensava nos seres amados
amedrontado, recuava, me afastava.
A necessidade de partir não se esvaia,
ao contrário, só crescia
outra forma de morte providenciei
a primeira esquina, dobrei
caminhei, me afastei...
Estou mergulhando em mim mesmo
em busca do "ZERO".
se consciência encontrar, voltarei
se não...
Tudo é obscuro mesmo,
o que fazer?...
sou aprendiz do NADA!
vou seguir imaginando.