Canto Submerso
O triste canto submerso
Da sereia desvairada,
Entre fados estrangulados
Sobre destroços de naus,
Atinge o âmago oculto...
A empáfia já ultrajada
Que sabe que têm em mãos
Todo o canto enegrecido,
Dissolve-se nas águas,
Caverna do desentendido...
Estivera na mesma praia...
Sofrera o mesmo castigo...
A tormenta do triste acaso,
Levara-o de volta à nau...
A sereia de escarlate
Engole seco o próprio grito...
E o triste canto submerso
Já em vermes apodrecido,
Mergulha cada vez mais fundo...
Mergulha cada vez mais fundo...