MUTÁVEIS

O mundo mudou,

eu mudei, você também mudou.

Os sintomas são epidêmicos,

tudo se difere,

nada é igual.

Minhas legiões de palavras

foram aprisionadas pelas guerrilhas.

Suas limitações foram libertas.

E o mundo parou,

mas, a chuva desceu mais forte

banhando minhas noites

vazias e enfeitadas pela solitude.

Nos cabelos você prendeu uma flor

criada para a liberdade,

liberta das imundícies.

Minhas mãos foram hábeis,

suas mãos feitas de candor;

hoje temos resíduos do que fomos,

nas mãos tenho o crispar das lutas,

e você o que tem?

Fomos, apenas fomos,

somos um tear de tranças escuras

pelo mundo que enfrentamos,

pela vida coerente ao existir,

nas causas, como nós, passivas a mudanças.