Sem hora

Sem hora pra acordar

Durmo tarde, encolhida

Sem hora pra dormir

Acordo cedo, esquecida.

Sem hora pra comer

Simplesmente não o faço

Sem hora pra sorrir

Simplesmente o desfaço.

Sem hora para ver

Fecho os olhos assustada

Sem hora para ouvir

Tampo os ouvidos, amedrontada

Sem hora para amar

Amo o desconhecido

Sem hora para falar

Deixo o acaso fazer comigo

Sem hora pra gritar

Grito mesmo assim

Sem hora para ser amada

Fico sozinha, sem casa nem jardim.

Sem hora pra viver

Simplesmente faço dela

Em pedaços.

E com meu sapatinho

Vou andando

Sem hora, nem espaço.

Pietra Sobierre
Enviado por Pietra Sobierre em 10/03/2009
Reeditado em 28/06/2012
Código do texto: T1479992
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