Sexta do Medo
I
Estais quieto a beber
do néctar do medo
Fluído sem gosto
e de um efeito sinistro
II
Banhando teu corpo
com extrato azedo
Plantando a certeza
de um cruel seqüestro
III
Sentes do suor frio
ao vazio que é tremendo
N´um covarde arrepio
de contexto adstrito
IV
Donde o plano da vida
admite o remendo
O meridiano do pânico
reduz teu distrito
V
Agora o teu lado valente
é só arremedo
Tudo o que sobra
é o desespero do grito
VI
A escuridão então
revelou o seu segredo
É mesmo um movimento inútil
esse áspero agito