Caixa de Pandora
Vejo nas águas calmas
Afundar o último sonho
Um último suspiro
O derradeiro gesto
E tudo o mais
Que assisto entranhar-se
Na escura beleza do lago
Para viver no intransponível
Silêncio do que já foi esquecido
Um a um atiro
cega, surda,
Para os não sentir suplicar.
A libertação suprema.
Agora se vai o último,
Já ao entardecer
A este lago jamais voltarei
Para afogar amores
Do despedaçado mosaico
De sentimentos hoje calados
Restou-me apenas, en cores envelhecidas
A esperança...de uma manhã sem cinzas.