Brisa da solidão
Às primeiras luzes do amanhecer,
Tu há de abdicar as alcovas do meu coração.
Onde um dia caminhei por tapetes de rosas,
Hoje, me sobraram as marcas no chão.
No ar, o agouro triste e agridoce,
Das gotas do primeiro orvalho,
Da névoa abúlica, tênue, alva,
Da canção distorcida, fúnebre,
Da chegada da solidão.
No antro interrompido do meu pecado,
Envio um sopro pela brisa cortês,
Mando um anúncio do pranto anuviado
Ao àpice das torres, aos reis.
Aviso: ao invés de príncipe encantado,
Neste reino amaldiçoado por leis,
O que me acalentava nas noites de frio,
Há de avir mais uma vez.