LA SOLITUDINE

Mais uma vez

A solitude bate à minha porta

Numa de suas visitas costumeiras

Já não me surpreende

Como dantes

Eu abro - ficar sozinho é muito ruim -

Convido-a a entrar

- Sinta-se em sua casa.

Conversamos no silêncio

Eu, taciturno, obscuro

Meu coração aperta

Em presença tão sublime

Aí, então, sinto um tédio enorme da vida!

Mas ela me [des]consola

É o meu amparo

O meu porto-seguro

O meu refúgio e a minha morada

A quem tenho mais, senão a ela?

Quem mais está comigo constantemente?

No pranto/ no riso...

Nos dias de aniversário, sem bolinhos e balõezinhos

Sem comemorações...

Quem caminha comigo sob a chuva

Triste na cidade?

Chuva chorona e angustiada...

A solitude é tudo que tenho

Nunca me abandona

Mesmo na horas de silêncio e lamúrio

Por que, então, eu a rechaçaria

Se é ela o mais precioso que tenho?

Então, eu ando tão triste!

Eu vivo tão triste

Eu morro, eu mofo...

...tão triste...

Eu choro tão triste

E então, ela me acompanha

Triste, só pra me confortar

Vejam só!

Há amigo mais solidário?

Ela está sempre lá, braços abertos

Como nem Cristo...

Me acolhe em seus braços

E me pergutna:

Você está bem?

E, tão preocupada, ao ouvir a resposta negativa

Já se acalma e se recompõe.

-Graças a Deus!

Sossegada ela está...

E quando tenho aquelas ganas

De passear ao Meio-dia

Quando a mortandade assola

E quando penso em passear, sozinho

Pelo vale da sombra da morte

Ela me recrimina

- Nada disso! Não pense uma cousa dessas!

Sem mim, nunca!

E me alegra tanto que ela seja tão solidária

A ponto de querer estar comigo

Até nos caminhos tenebrosos da vida

Há melhor amiga qu essa?

Por isso, digo:

Se você está só

Não tem ninguém por você

Eis a Soledade tão solidária

Faça dela sua amiga!

Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira
Enviado por Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira em 02/03/2009
Reeditado em 02/03/2009
Código do texto: T1465287
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