PAZ AOS MEUS PECADOS

Perante o julgamento tão fronteiro e convicto

Já não me qualifico para a defesa apaixonada de mim mesmo

Deixo sob os auspícios do léu e do esmo todo o roteiro do circo

Tampouco me indico pra candidato a fugitivo desse específico cerco!

Eu não presumo e nem clamo pela utópica e sonhada compreensão

Basta de tanta mendicância em vão, chega de cansar quem me condena

Agora eu viro as costas à repetida cena, sem negativa ou confissão

Não quero espada e nem perdão, só quero estar sozinho na arena!

Não fui constituído por tribunal algum meu próprio advogado

Nem me importo em proteger o meu telhado, não sou intérprete das intenções

Tenho minhas verdades e impressões e todo o peso de seus fardos

Que entre espinhos floridos e beijos falsários, resistem às condenações!

Nas asas da decepção quero passar veloz em meio aos disparos

Emudecer meus argumentos diante dos contrários, voar acima das suspeitas

Não quero rotas perfeitas, só quero a paz de meus portos solitários

Onde meus erros não sejam destinatários de guilhotinas perfeitas!

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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor

www.reinaldoribeiro.net

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 25/02/2009
Reeditado em 14/01/2013
Código do texto: T1457156
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