PAZ AOS MEUS PECADOS
Perante o julgamento tão fronteiro e convicto
Já não me qualifico para a defesa apaixonada de mim mesmo
Deixo sob os auspícios do léu e do esmo todo o roteiro do circo
Tampouco me indico pra candidato a fugitivo desse específico cerco!
Eu não presumo e nem clamo pela utópica e sonhada compreensão
Basta de tanta mendicância em vão, chega de cansar quem me condena
Agora eu viro as costas à repetida cena, sem negativa ou confissão
Não quero espada e nem perdão, só quero estar sozinho na arena!
Não fui constituído por tribunal algum meu próprio advogado
Nem me importo em proteger o meu telhado, não sou intérprete das intenções
Tenho minhas verdades e impressões e todo o peso de seus fardos
Que entre espinhos floridos e beijos falsários, resistem às condenações!
Nas asas da decepção quero passar veloz em meio aos disparos
Emudecer meus argumentos diante dos contrários, voar acima das suspeitas
Não quero rotas perfeitas, só quero a paz de meus portos solitários
Onde meus erros não sejam destinatários de guilhotinas perfeitas!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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