Dor da liberdade
Amo a dor da liberdade
A ponto de achar graça em observá-la
E encontra-la crua e mais carnívora
Gemendo como um pássaro de rapina preso
Na loucura dos seus membros cortados
Enquanto eu, não mais anestesiado,
Sentia-me a jaula em que ele morria
Assim sofria de dó em dores
E passava ama-lo sem nada poder fazer
Sendo eu, uma jaula desprovida
E o pássaro a minha dor.
Ele olhava em sussurros a minha carne cansada
Caída
No canto de um refúgio enganado
Se debatia, me balançava e me fazia
Sentir cada vez mais amor
Pena-me ser essa jaula desprovida
E uma presa execrada
Se não pássaro!
Libertar-te-ia
Mesmo apreciando esse nosso averno
De amar essa liberdade
Tão desconvida.
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Leo Lopes