Dor da liberdade

Amo a dor da liberdade

A ponto de achar graça em observá-la

E encontra-la crua e mais carnívora

Gemendo como um pássaro de rapina preso

Na loucura dos seus membros cortados

Enquanto eu, não mais anestesiado,

Sentia-me a jaula em que ele morria

Assim sofria de dó em dores

E passava ama-lo sem nada poder fazer

Sendo eu, uma jaula desprovida

E o pássaro a minha dor.

Ele olhava em sussurros a minha carne cansada

Caída

No canto de um refúgio enganado

Se debatia, me balançava e me fazia

Sentir cada vez mais amor

Pena-me ser essa jaula desprovida

E uma presa execrada

Se não pássaro!

Libertar-te-ia

Mesmo apreciando esse nosso averno

De amar essa liberdade

Tão desconvida.

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Leo Lopes

Leo Lopes
Enviado por Leo Lopes em 11/02/2009
Código do texto: T1433300
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