O Espelho da Alma

O Espelho da Alma

Após uma noite insone

Olhei-me no espelho

O que vi causou-me espanto

Pois a face refletida

Era de uma estranha,

De olhar opaco...

Sorri e de volta recebi um esgar

Estremeci...

Senti o mundo girar!

O fantasma aprisionado

No reflexo que exibia

Era uma entre tantas faces

Flutuando no tempo e no espaço

Nenhuma era o meu retrato...

Quão triste espetáculo esse!

Parecia picadeiro de circo

Onde os palhaços se escondem

Atrás de pinturas grotescas...

A vaidade existente fugiu lépida

O sangue gelou nas veias

E na boca o gosto de fel...

O vento fustigava lá fora

E junto com a folha que tombava

Meu corpo também o fez...

Nas entrelinhas das rimas inexistentes

Fulgura indelével imagem

Encarcerada, sem direito a indulto...

No espelho que os atos da vida

Fez do amor à contra gosto

Virar paixão e no instante final

Prender-se a indiferença total.

Norma Bárbara
Enviado por Norma Bárbara em 09/02/2009
Código do texto: T1429813
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