AMOR DE ADOLESCENTE

(Entre Eros e Tanatos)

nos dizemos “eu te amo”várias vezes

que o tecido de nossos seres

passavam inevitavelmente pelo ser de um de outro

e o risco de

nosso amor era a perda

a separação de morte intima e nada passional

nada disso havia compreendido

quando jovens dizia “eu te amo” com facilidade

por ingenuidade

confesso que não amava ninguém

constantemente escutava em ação recíproca

o melhor ouvinte que preenchia as necessidades

mais imediatas

Quem eu amava?

até hoje me questiono

sabia que não possuía ossos nem carne nem veias

nem circulava os sentimentos para ganhar densidade

amava apenas o amor

essa imagem inatingível do reflexo de minha idéia

mas ninguém mais só amava o amor

só o amor fruto de meus anseios e medos

neste rito para minha maturidade.

SB Sousa
Enviado por SB Sousa em 07/02/2009
Código do texto: T1426233
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