AMOR DE ADOLESCENTE
(Entre Eros e Tanatos)
nos dizemos “eu te amo”várias vezes
que o tecido de nossos seres
passavam inevitavelmente pelo ser de um de outro
e o risco de
nosso amor era a perda
a separação de morte intima e nada passional
nada disso havia compreendido
quando jovens dizia “eu te amo” com facilidade
por ingenuidade
confesso que não amava ninguém
constantemente escutava em ação recíproca
o melhor ouvinte que preenchia as necessidades
mais imediatas
Quem eu amava?
até hoje me questiono
sabia que não possuía ossos nem carne nem veias
nem circulava os sentimentos para ganhar densidade
amava apenas o amor
essa imagem inatingível do reflexo de minha idéia
mas ninguém mais só amava o amor
só o amor fruto de meus anseios e medos
neste rito para minha maturidade.