ENTREGUE À SOLIDÃO 

Já é tarde, faz frio,
Sinos trincados,
Retumbam tristes horas,
Uma angústia senhora,
Decora o coração,
Despedaçado,
Por horas a fio...
Ele fica debruçado,
Na janela,
Seus olhos percorrem o vão,
Da madrugada,
Que calada – revela,
Uma dor aveludada,
O brilho da mais bela,
Estrela no espaço,
Tenta lhe devolver,
O compasso,
De tão entregue à solidão,
Ele não percebe o clarão,
Um anjo iluminado,
Estender-lhe a mão.
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Ensimesmado,
Interioriza o sofrer,
Recebe da dor um abraço,
E espera pelo amanhecer.