À MEIA-NOITE
Dá meia noite.
A verdade do silêncio é ensurdecedora
e sobre a parede em volta há marcas
de um sujo passado de ações.
Pesada e fria
na recordação aberta da tristeza
a madrugaga é lenta.
No quarto fechado surge o azul da infância.
Uma alegria mágica cobre cada momento antigo.
Mas, um latido distante me traz para o pesadelo vindouro
que sente o cheiro ausente do sonho interrompido.