AVENIDAS DA VIDA
Aquele foi um dos dias
Em que me senti total e humanamente só
Multidões passavam por mim...
E faziam com que me sentisse assim
Eram homens com rostos e feitios diferentes
Alguns estampavam em suas faces a amargura
Outros o riso solto!...como se da vida debochassem
Muitos levavam pelas mãos na avenida
O resto e deixavam o rastro...
De suas miseráveis vidas.
Poucos tinham nos lábios a marca da doçura
Pois a maioria despejava o fel da própria loucura
E na incerteza que a vida lhes reservava
Por não vislumbrar o seu amanhã
Passavam!...
E por serem passageiros sem rumo
Meus pensamentos tornaram-se seus companheiros
Meus olhos!...máquina fotográfica que registra tudo
Eu tinha consciência que aquele era meu mundo
E sabia que cada um tomaria uma direção diferente
Por quê...
Logo a frente existe uma encruzilhada bem demarcada
E eu teria que sair da avenida e entrar no túnel...
Feito por mim todo em concreto armado
E nesse imenso buraco haveria mais homens aglomerados
Cada um esperando para seguir o seu próprio destino
Foi nesse momento que ouvi alguém dizer :
-Sai da beirada que o trem do metrô vem ai!...menino!!!