Templo do Tempo
Templo do Tempo
A água tépida do mar
Invadindo a praia deserta
É um templo do tempo
Que se desvanece
Arrancando soluços da areia
Arremessando num penhasco dorido
A nudez plena de sentimentos
Tal qual flor viçosa que fenece
Num mundo de ilusões perdida
O grito que a lucidez sufoca
No peito gotejando mágoa
Um nome como lava incandescente
Forma tatuagem no coração
Salpicando num lampejo o histórico
Burilado pela dor
De uma vida polêmica
Onde o ódio ganha forças
Nas asas brilhantes do amor
Segue assim no lago soletrando
Borbulhando em águas cristalinas
O choro que sem pejo
Vai aos poucos
A alma apaziguando.
Norma Bárbara