Ferida Aberta...
Tantas noites vazias, dias, palavras...
Nossa história prometia... Meio liberta...
Meio vadia... Mas era rica de poesia
E do nosso jeito... Éramos felizes!
Agora a escuridão anda de roldão
Sombras, penumbras vagabundas
Mera opção da tua excitação
Que jogas a culpa na paixão
Tens o respeito do meu coração
A despeito da minha dor de cotovelo
Fruto do meu débil desmazelo
Ferida aberta... Adorno da testa
Que sangra agora na descoberta
Do teu grito a quatro ventos
Ao vomitar o teu contentamento
Calado... Sequer solto um lamento
Não pretendo versar minhas tensões
Lágrimas, angústias, frustrações, depressões
Agora apenas esboço o medo do desespero
Da tristeza e da cruel solidão que galopa
Minha alma me diz despertar a sua razão
Haverás de colocar o perdão em ação
Sempre fostes assim com a tua emoção
Saberás tocar e vibrar os teus tambores
Romper com os temores e horrores
Dançar e plantar mentirosas bananeiras
Enganar-se com a sorte demente
Pulsar teu peito sofrido e doente
E coberto de teu orgulho ferido
Dirás a ela que não verás este choro
Escorrer do teu rosto o desgosto
Nem um só solitário e viril gesto
Para o teu deboche, teu riso...
Só apenas um único aviso
Atrás de um dia sempre vem outro
Que a fará sentir este mesmo nó no pescoço...
Espere... Chegará! Sem nenhum alvoroço...
Hildebrando Menezes