Ferida Aberta...

Tantas noites vazias, dias, palavras...

Nossa história prometia... Meio liberta...

Meio vadia... Mas era rica de poesia

E do nosso jeito... Éramos felizes!

Agora a escuridão anda de roldão

Sombras, penumbras vagabundas

Mera opção da tua excitação

Que jogas a culpa na paixão

Tens o respeito do meu coração

A despeito da minha dor de cotovelo

Fruto do meu débil desmazelo

Ferida aberta... Adorno da testa

Que sangra agora na descoberta

Do teu grito a quatro ventos

Ao vomitar o teu contentamento

Calado... Sequer solto um lamento

Não pretendo versar minhas tensões

Lágrimas, angústias, frustrações, depressões

Agora apenas esboço o medo do desespero

Da tristeza e da cruel solidão que galopa

Minha alma me diz despertar a sua razão

Haverás de colocar o perdão em ação

Sempre fostes assim com a tua emoção

Saberás tocar e vibrar os teus tambores

Romper com os temores e horrores

Dançar e plantar mentirosas bananeiras

Enganar-se com a sorte demente

Pulsar teu peito sofrido e doente

E coberto de teu orgulho ferido

Dirás a ela que não verás este choro

Escorrer do teu rosto o desgosto

Nem um só solitário e viril gesto

Para o teu deboche, teu riso...

Só apenas um único aviso

Atrás de um dia sempre vem outro

Que a fará sentir este mesmo nó no pescoço...

Espere... Chegará! Sem nenhum alvoroço...

Hildebrando Menezes

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 30/01/2009
Reeditado em 30/01/2009
Código do texto: T1412329