UM POEMA SOLITÁRIO
De Regilene Rodrigues Neves
A meia noite
As sombras do silêncio
Abraçam-me em solidão
Devoro luas conto estrelas
Reviro meu avesso
Rolando dentro de mim pra lá e pra cá...
Os pensamentos
Os mais imaginários possíveis
Os sonhos guardados
Esquecidos de sonhar
Na gaveta do tempo...
Meus medos rondando
Sondam a morte
Que caminha em minha direção
Desvio dela correndo atrás da vida
Que ainda quero viver...
Apego-me a luz do infinito
Um resquício longínquo
Numa estrada distante,
Mas dentro de mim avisto
Ela me apontando o destino...
Um fio de estrelas no céu
Iluminam meu universo
Cheio de versos
Diversos no meu eu
Procuram sentimentos
Espalhados dentro de mim
Cheios de fragilidades
De ânimos inseguros
De duração transitória...
Ao mesmo tempo
Em que uma força aparente
Veste o meu corpo de guerreira
Caminhando para o front...
Alguns rascunham momentos que vivi
Outros viram apenas poesias de folhas soltas
Querendo mostrar belezas imperceptíveis
Colhidas com simplicidade
Andando descalça pelas avenidas da alma...
A solidão avassala meu corpo e minha alma
Que sem nenhum carinho
Sobrevive de amor
Algumas migalhas
Cheias de vontade
De matar a fome
De ser amada
Querendo apenas o pedaço
Que me pertence por direito,
Mas meu grande defeito
É amar demais
As carências famintas
Em sua fome de amar
Assustam...
E somente a solidão sobrevive
Fiel companheira acaricia minha face...
Para que a noite não se prolongue
Fecho os olhos e durmo
Para que outro dia se repita
Numa rotina sem pressa...
Não sei até quando
Estes versos solitários
Irão escrever esta poesia noturna
Nos confins da minha alma...
Joguei fora meus anseios
Sem alguma pretensão
Saio do meu corpo
Em viagens cheias de amor
Para respirar o ar da vida
E sentir um pouco de ternura
Nesses copiosos versos
Que afagam meu coração!...
Em 28 de janeiro de 2009