Alma de aprendiz
Alma de Aprendiz
Uma harpa... apenas uma harpa
Antiga, corroída pelo descaso e desuso
É um imã aos dedos de um aprendiz
Que na sua ânsia incontida de amar
Busca célere, a melodia num arroubo
Embevecido, esquece que não sabe solfejar...
É uma harpa relegada pelo tempo
Que traz em eco centelhas de inspiração
Onde o som do dedilhar vindo de outrora
Conspira morosamente em segredo
Despertando a nostalgia vivenciada na paixão...
O acaso captura a alma do aprendiz
Deslumbrante em seu pujante fulgor
Compondo com sonoridade inebriante
Num suspiro que ao infinito conduz
As mágoas da harpa que vibrou em dor...
Um sorriso, uma lágrima, um beijo
Uma voz que emerge tristonha, soluçante
Formam o quarteto de pequena constelação
Sugerindo músicas de singeleza ímpar
Na amplitude silenciosa do coração do aprendiz.
Norma Bárbara