O movimento
O movimento manso e suave da rua
Mantém a mente nua e desavisada
Veículos, demônios, um gigante puma
Os vejo em toda parte, dão risadas.
O sol se esconde, acho que é o fim de tarde.
A tristeza vai… prolongam gargalhadas
Os barcos se recolhem na margem
O cais estreita… soldados apanham em armas
Minha pequena vila expandiu horizontes
Minha porciúncula cansou a cidade
O sertão em mim cortou os montes
Quando lembrou o mar sentiu saudade
O sorriso-menino desatinou palavras e frases
A bela juntou todas elas, e fez oração.
E assim trancou o sorriso a sete chaves
Pra que um dia lembrasse em seu coração.
O movimento das marés em vai e vem constante
Tabulas rasas, esparsas, sentinelas e casas acesas
Vento predominante é o sul a soprar errante
Pede aos bateis, em seu balé, que não icem velas.
Um universo inteiro em folhas se esvaindo,
Em leis, átomos, procelas, serestas, tempos idos
Batalhas e horizontes, novamente, se erigindo
Um calabouço, a parte, se abrindo no abismo.