O movimento

O movimento manso e suave da rua

Mantém a mente nua e desavisada

Veículos, demônios, um gigante puma

Os vejo em toda parte, dão risadas.

O sol se esconde, acho que é o fim de tarde.

A tristeza vai… prolongam gargalhadas

Os barcos se recolhem na margem

O cais estreita… soldados apanham em armas

Minha pequena vila expandiu horizontes

Minha porciúncula cansou a cidade

O sertão em mim cortou os montes

Quando lembrou o mar sentiu saudade

O sorriso-menino desatinou palavras e frases

A bela juntou todas elas, e fez oração.

E assim trancou o sorriso a sete chaves

Pra que um dia lembrasse em seu coração.

O movimento das marés em vai e vem constante

Tabulas rasas, esparsas, sentinelas e casas acesas

Vento predominante é o sul a soprar errante

Pede aos bateis, em seu balé, que não icem velas.

Um universo inteiro em folhas se esvaindo,

Em leis, átomos, procelas, serestas, tempos idos

Batalhas e horizontes, novamente, se erigindo

Um calabouço, a parte, se abrindo no abismo.

William Wollinger Brenuvida
Enviado por William Wollinger Brenuvida em 21/01/2009
Código do texto: T1397460