A PRESENÇA DA SOLIDÃO... COMO INCOMODA...

Que falta faz um amigo...

A solidão me dilacera,

Me irrita.

Eu não gosto de sua companhia.

Que falta faz um amor,

um beijo... de amigo

de irmão,

de paixão.

Eu aqui, no meu lamurio,

quotidianamente

a lamentar e vaguear

por aí, pelo vácuo,

pelas ruas...

Eu busco não ficar louco...

Eu tenho medo. Sim.

Revelo, eu tenho medo

da loucura,

tenho medo do que vou pensar,

tenho medo de nunca mais conseguir

escrever

exprimir meus sentimentos.

Eu estou ficando com medo de tudo.

De parar de aprender,

de esquecer tudo, tudo

o que lutei para aprender.

E, sobretudo,

tenho medo da solitude,

essa vil,

que me sufoca,

que aperta meu coração.

Porque, na solitude, é assim:

estamos sempre acompanhados,

mas não de pessoas amigas,

que nos amam,

que nos bajulam,

que nos buscam e nunca nos deixam e paz...

Não.

Na solitude, a nossa companhia

são aquelas pessoas incógnitas,

Ignotas, que nunca nos olham com

Olhar de compreensão,

de amor,

de paz,

de auxílio.

São pessoas que nunca nos

compreendem,

e nunca jamais vão nos compreender

Porque não podem.

Estou cercado de pessoas cerradas,

que só compreendem a si mesmas -

mal-e-mal...

que pensam que sabem quem somos,

quando a si mesmas são estranhas...

Essas pessoas são numerosas, bastas,

tantas que nos sufocam,

nos deixando sós,

na solitude, inconsoláveis.

É a vida. A vida é assim.

É por isso que não a compreendo

e a odeio tanto...

Eu preciso de um amigo,

uma companhia...

Talvez – quem sabe? – essa companhia seja...

eu mesmo.

Talvez – sim – eu precise de mim mesmo.

É claro!

Eu preciso me buscar mais,

me amar mais,

me compreender e suportar mais.

É disso que eu preciso,

e é isso que pretendo fazer...

talvez...

Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira
Enviado por Luiz Carlos Martins B Bueno Dantas de Oliveira em 17/01/2009
Código do texto: T1389735
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