ao bruxo do cosme velho

Bruxaria parlapatã

fonemas mágicos ecoando

na imaginação

olhos oblíquos

revelando retas infinitas

em retinas pintadas

pela paisagem

Personagens , egos, comportamentos

e o perfume inebriante

de primaveras sepultadas

nas frestas das casas.

Nos jardins ainda se acalenta

cirandas, runas e gnomos

que enredam

desejos, tesouros e segredos.

Guardados na alma

Repleta de naftalina

de gavetas fechadas a cadeado.

Uma gitana lenta lê as mãos do destino

A esculpir na carne o que somos,

o que parecemos.

o que rezamos em lendas e contos

e nas contas de terços

que valem a vida inteira.

Rituais cabalísticos desnudados

com a leitura reta das almas

estendidas meticulosamente

no condão do tempo,

no bordão da história.

bruxo, mulato e gênio

mística, miscigenado e inusitado

transpirando literatura,

poesia, poemas

mas sobretudo brasilidades.

Machado que brindou o mundo

com sândalo das ilusões eternas

dos corações.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 12/01/2009
Reeditado em 12/01/2009
Código do texto: T1381662
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