ao bruxo do cosme velho
Bruxaria parlapatã
fonemas mágicos ecoando
na imaginação
olhos oblíquos
revelando retas infinitas
em retinas pintadas
pela paisagem
Personagens , egos, comportamentos
e o perfume inebriante
de primaveras sepultadas
nas frestas das casas.
Nos jardins ainda se acalenta
cirandas, runas e gnomos
que enredam
desejos, tesouros e segredos.
Guardados na alma
Repleta de naftalina
de gavetas fechadas a cadeado.
Uma gitana lenta lê as mãos do destino
A esculpir na carne o que somos,
o que parecemos.
o que rezamos em lendas e contos
e nas contas de terços
que valem a vida inteira.
Rituais cabalísticos desnudados
com a leitura reta das almas
estendidas meticulosamente
no condão do tempo,
no bordão da história.
bruxo, mulato e gênio
mística, miscigenado e inusitado
transpirando literatura,
poesia, poemas
mas sobretudo brasilidades.
Machado que brindou o mundo
com sândalo das ilusões eternas
dos corações.