Cinto de Segurança
Um pedaço furtivo de mim
Solta o cinto dos pensamentos
Que o mundo não quer
É uma parte de meu ser
A acolher as idéias
que nunca se vendem
E que deixa dormir
os sonhos pesados
das noites quase eternas
Um resíduo fugitivo de mim
Dispara em campo aberto
Despe-se e corre pelado,
pêlos no vento , pelos prados
Deixando-se tocar pelo ar
É parcela voadora de meu ser
Que escapa do corpo
Só nos dias livres
em que o calendário dá trégua
Um lado não fingido de mim
Prepara uma aventura
Que desafia a versão oficial
Só nessa fração não minto
E nem adianta a censura
Dou tudo para acelerar
Escapando do artificial
E a liberdade que eu sinto
Dá as costas para a segurança
Do régio cinto