Sem cor, sem nada
Pergunto-me insistentemente:
Há cores em mim?
Sinto um vazio tão grande...
Parece que nada sou.
Uma dor que rasga o peito,
Pareço não agüentar...
Mas outro dia vem, e outro, e mais outro...
Só de silêncio posso viver.
Minhas palavras não marcam,
Nem existem, afinal!
Meu barulho não ecoa,
Nem se ouve e ponto final!
Sou como um nada,
Um nada ou ninguém.
Só de dor me alimento,
Só meu pranto me convém.
A solidão me consome.
Ah, meu Deus, até quando?
Não estou mais conseguindo,
Não estou mais suportando.
Amanhã será outro dia,
Talvez eu entenda o que me acontece.
Só sei que de silêncio preciso viver,
Enquanto meu coração padece.
Quando uma tinta colorida,
Seja de que cor for,
Passa pelo papel sem vida,
Sua marca dele não sai.
Por isso não sou nenhuma cor,
Pois nada deixo,
Nem marca, nem flor...
Queria ser só amor,
Só amor e mais nada.