As Tantas Que Me Olham

Se para as tantas que me olham

Eu pudesse ceder meus sonhos

Não teria tempo pra pensar

No silêncio da minha solidão

Nem observar o fulgor

Na pompa do astro-rei

Se as tantas que me olham

Eu amparasse

Com a força dos meus braços

Com certeza romperia os laços

Da força oculta da fé

Apagaria o indício

De ser um ser renitente

Transformando a minha imagem

Em uma languidez torrente

Se pelas tantas que me olham

Eu liberasse minha emoção

E me perdesse no auge do torpor

Fraquejado estaria eu

Perdido e tomado em dor

E sugada seria a essência

Que permeia a consistência

Do meu inviolável amor.

Carlos Borges Caymmi
Enviado por Carlos Borges Caymmi em 05/01/2009
Código do texto: T1367857
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