FRAGMENTOS
FRAGMENTOS
Como o mar que se encontra com o céu
Fundindo-se na imensidão
Como a neblina que cobre o vale
Beijando o solo, esperando o sol despertar
Fragmentos de saudade
Abre cratera no peito dorido
Fazendo chaga aberta
Num delírio de emoção.
Numa cumplicidade infeliz
Faz de brinquedo os sentimentos
Onde as pálpebras cerradas
Como galhos caídos, tortos
Definha ferido
Tão só, tão triste
Sem motivos para sonhar.
São fragmentos toscos
Aniquilados pelo medo atroz
Resplandecentes como uma estrela
Onde a solidão faz morada
Esquecido em seu dilúvio feroz
Que ontem
Na correnteza da vida
Não abrigava o vazio
Porque esses fragmentos
Que golpeiam corpo e alma
Não existiam entre nós.
Norma Bárbara