SOLIDÃO

Serão quantas todas elas

Donzelas que se comtêm

Tão sós às suas janelas

Tão belas e sem ninguém...

Quantas vivem em espera

Mas distantes permanecem

Se alimentam de quimeras

E de amar todas esquecem...

Por que andam recolhidas

Reprimidas em seus cantos

Sem que vivam suas vidas

E caídas em seus prantos...

Por que vivem tão sozinhas

Sem coragem pra se dar

Pois que sabem tanto amar

E o amor as avizinha...

Quantas são essas viventes

Que se fecham em caracóis

Dobradas em seus lençóis

E se acordam tão carentes...

Para que foram nascidas

Se pelo amor se fizeram

E que são tão merecidas

Como tantas que se deram...

Quantas vivem nesta hora

Sonhando com um alguém

Quanto amor que elas têm

Que se perde na demora...

O bardo em versos vem

E se aflita à perda tanta

Palpita e se desencanta

Porque só vive também.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 12/12/2008
Código do texto: T1332169