DA SOLIDÃO
O homem sem amor é como o córrego ao vale silencioso,
Flores jogadas num deserto
Onde as tardes vêm dormir graves e insípidas...
Pois que o amor na alma é o xerez nos cálices
Vem ali a virgem e bebe do bálsamo
Que perfuma a primavera...
E a tudo faz divino
E eterno.
Ao solitário não há razão nas flores...
Tudo perde o sentido...
A lua do deserto e os pélagos profundos
São o seu abrigo...
As choças à beira do caminho são tundras sem flores...
São aves sem cores...
O amor é a alma que dá vida,
É a lira dos luares,
O canto das sereias
Na amplidão dos mares...