Aroma de café
Hoje, quando eu vinha pela rua, o aroma
do café me fez lembrar
A morte do leiteiro, de Drummond.
No caminho, um menino – e
não era uma pedra no meio
do caminho – me perguntou
as horas. (eu não uso relógio).
Novamente, Drummond – Dasdores,
personagem do conto Presépio,
no seu conflito interior,
dividida entre suas tarefas
e o desejo de ir à Missa
do Galo, encontrar o namorado.
E eu pergunto:
E o tempo?
Para quê serve o relógio
que consome nas
horas as emoções humanas?