Vento Gelado

O vento é gelado e corta o meu corpo

Não tenho mais o cachecol para me proteger.

Não tenho mais os seus braços estendidos

que serviam de cobertas para me aquecer.

O vento passa e vai embora.

Deixando gelado o que encontrou.

Dobra a esquina onde a gente morava

Marcando um passado que o destino traçou.

Hoje, agasalho-me do jeito que posso.

Porém, naquele tempo podia suportar.

Além de muita saúde, ainda tinha voce para me agasalhar.

O tempo passou com a porta escancarada.

Não uso mais a hora certa e somente a errada.

Meu trabalho, é lá na esquina e só dentro do bar.

Lá jogo cartas e brinco com elas, para poder matar o tempo

e a solidão suportar.

O vento gelado só me amola.

Fico arrepiado, pois, não sei mais lutar.

Todas às vezes que volto pra casa a solidão está junto.

E não há outra coisa pior nesse mundo do que esse lugar.

Por isso é lá que pouco fico.

Só entro para o banho e de lá vou saindo.

A porta de casa só fica enconstada,

pois, não tenho mais nada para ficar me iludindo.

Se hoje tudo está dando de errado, eu reconheço.

Só que a verdade tem se que ser bem clara e não escondida.

Não fui nenhum anjo e sim a ferida.

Eu sei que usei e abusei e tenho que reconhecer.

Mereço estar isolado, não porque fui maltratado.

Foi porque deixei voce de lado e não dei a importância

pra gente viver.

Osvaldo Luis