Vida vazia.
O vazio preencheu o espaço inerte da vida,
E do passado que se foi,
Aquilo que não foi feito, jamais será refeito.
Se assim fosse, de uma vida vazia alguma coisa alguém tiraria.
O nada consumiu o tudo,
Tudo aquilo que não existiu
O papel em branco nada registrou
E a caneta parada, sua tinta se secou.
Com os lábios calados
E os braços parados
seus pés cansados,
Nenhum paço à frente.
Deixando como estava,
Pensando que não adiantava.
Os fatos se cumpriam,
A noite chegava
E os ratos apareciam
O inútil dormia
O sono o consumia,
O sol aparecia
E os ratos sumiam.
Da sua porta olhava
E apenas olhava
Para tudo e todos
E por tudo isso
Não fazia nada!
O dia findava
E sua vida vazia
Ia em direção ao que nada construía,
Então o vácuo se fez de vez,
Em vão, por tudo o que não foi dito não
E foi assim que da vida achou-se um fim,
Por tudo aquilo que também não disse sim!