VEREDAS
VEREDAS
Paulo Gondim
28/11/2008
Assim foram meus caminhos
Um a um de estreitas veredas
Caminhei-os, só, todos eles
Obstinado na minha procura
Passei a vida a fio de navalha
Senti o medo que a noite espalha
Eu só, essa estranha criatura
Na lonjura sem fim do horizonte
A esperança, pouco a pouco, definhava
Os pés cansados perdiam-se no pó
E o chegar mais difícil inda ficava
Na confusão de minha mente embaralhada
Já não sabia onde daria aquela estrada
E nem sabia mais porque tanto caminhava
E no limiar absoluto desse transe
Minh’alma se desfez em agonia
Me vi nu, em vias tortuosas
Já não reconhecia mais nenhum caminho
Tornaram-se ainda mais estreitos
Irreconhecíveis, cheios de defeitos
Não vi saída e fiquei, ali, sozinho.