Um motivo qualquer
Estradas desertas e distantes, agora tão perto de mim.
Próxima é a hora que chega, o minuto que nunca termina.
Espera - descontentamento daquilo que parece não ter fim.
Longe é o lugar que não existe, onde vive aquela menina...
tanto amor aqui guardado e eu sem ter como enviá-lo.
Os versos que nunca escrevo, esperando a composição.
A saudade incontida, e o silêncio naquilo que falo
ecoa no imenso vazio da mais profunda solidão.
Quantas vezes estarei perdido nas pautas do desamor?
Quantas vezes empalidecido por tanta ausência de cor?
Foram-se para sempre as certezas do que antes eu sabia...
ou sou eu que não mais encontro motivo na poesia?