O Retrato da Solidão
Ah, solidão!
Acompanha-me por todos os cantos,
Cantos sombrios, vazios...
Envolve-me com teu frio manto,
Manto noturno, negro feito jazigo
Perdido na escuridão.
És implacável companheira,
Possui-me com o ardor do amante,
Percorres minhas veias
Sugando-me o sangue
No mais profundo êxtase!
Ah, imortal solidão!
Tez pálida e fria da noite,
Dilacera-me como a foice
Da algoz e implacável Morte.
Sucumbir...?
Não teria tal sorte!