Retrato

O seu retrato não trago mais comigo.

Da minha bolsa eu retirei e para falar a verdade,

Não guardei, mas sim rasguei.

Joguei na lata do lixo e com muito capricho.

Tudo ficou fácil e sem complicação.

Faço o que bem entendo, pois, não te devo explicação.

Foi voce quem quis assim quando caiu em contradição.

Seu retrato era colorido, trazia comigo e não vou negar.

Seus olhos azuis como a imensidão do mar.

Seu lábios vermelhos que muito beijei não vou mais beijar.

Sua pele morena que era a inspiração do meu poema

não vou mais abraçar.

Mas tudo isso não tem importância.

Não sou orgulhoso, sentirei sua falta e não vou negar.

Tanto é que os seus cabelos negros que tanto admirava

não vou mais alisar.

O fogão a lenha que mantinha aquecida a nossa cozinha

hoje é só cinzas e carvão.

Não mantem mais aquele arroz quentinho acompanhado com feijão.

Só que não posso fazer mais nada.

Veja o quanto te elogiei, só que, voce nunca percebeu.

Agora não adianta mais chorar, pois o que tinha que acontecer

aconteceu.

Não tive outra alternativa e tudo joguei fora.

Voce sabe muito bem que tinha passado da hora

e não vou mais lamentar.

Adeus, um abraço e que seja feliz com o seu novo despertar.

Osvaldo Luis