SEM PALAVRAS

SEM PALAVRAS

Deixai-me chorar !

As lágrimas talvez julgaram

o sofrimento da vida dos loucos e os encarcerados

da cidade assolada.

Eu não sei, apenas tremo

e arrepio em mim.

Vou feito rio invadindo ruas

a gritar a miséria e beber o folego

da multidão e sonhar que sou que nunca fui,

sem ver a madrugada

das angústias de um pai

ou a lucides do monge sem palavras,

a angústia de deixar-se apenas chorar. -