UNIVERSOLIDÃO

Na solidão em que vivo, sou universal.

Moro nas várias sociedades que me habitam.

Penso nas inúmeras culturas que me gritam desesperadas.

Ao passo que me tenho sozinho, isolado no meu canto,

Danço e festejo com as tribos pagãs, cristãs, mundiais ou ilhadas.

A angústia mais pertinente é a de não poder dizê-las unissonamente.

O incômodo está em não anunciar, sociedades e culturas, ao mundo exterior.

Dentro de mim, os infinitos “eus” gritam as minhas incontáveis identidades.

Embora eu seja único, sou plural ao máximo.

A essência humana que me encerra é a soma indescritível das humanidades que sou ou tenho.

Desses muitos que me existem, numa esquizofrenia lúcida, posso declarar-me singular ou até mesmo extinto.

Porque, mesmo se a verdade tiver inarredáveis faces, o meu mundo será o mesmo nas minhas tolas declarações.

Dialogando com meus universos, paralelos em mim, pedi solidariedade a todos, para que se tratem igualmente entre eles.

É da igualdade, mútua e singular, que o amor se forma e se proclama.

E na proclamação desse amor plural, coloco-me na sociedade humana com a consciência infinitamente leve como pluma.

(Danilo Floriano)

Dandan flor
Enviado por Dandan flor em 25/11/2008
Código do texto: T1302725
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