INSÔNIA
Agora a noite é escura e a hora é nenhuma
Meus olhos sangram em perpétua vigília
O mundo real desmaia atrás das paredes
Enquanto sou consumido por lenta agonia
Meus pensamentos embebedam-se de passado.
Agora que a presença do nada impera no tudo
E meus ouvidos protestam contra o silêncio
Inundo-me de angústia selvagem e covarde
Luto contra o vazio, mas jamais venço
Meus pensamentos embriagam-se de ontens
Agora que o amanhã se recusa a nascer
E o relógio em júbilo me ensandece
Inclino-me sobre esse solilóquio falido
Confiando nessa poesia que aparece