INSÔNIA

Agora a noite é escura e a hora é nenhuma

Meus olhos sangram em perpétua vigília

O mundo real desmaia atrás das paredes

Enquanto sou consumido por lenta agonia

Meus pensamentos embebedam-se de passado.

Agora que a presença do nada impera no tudo

E meus ouvidos protestam contra o silêncio

Inundo-me de angústia selvagem e covarde

Luto contra o vazio, mas jamais venço

Meus pensamentos embriagam-se de ontens

Agora que o amanhã se recusa a nascer

E o relógio em júbilo me ensandece

Inclino-me sobre esse solilóquio falido

Confiando nessa poesia que aparece

Leo Ramos
Enviado por Leo Ramos em 24/11/2008
Código do texto: T1300135
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