TRISTE AMANHECER

É como a minha plantinha de arruda
essa paisagem quase nada muda,
desde ontem, na hora do anoitecer.
Aqui no topo da montanha, nessa altitude,
o deserto , e o silêncio e tão rude
como me mostra nesse amanhecer.
Só mudou o tema dos meus pensamentos,
que foram embora com os ventos,
e hoje, outros, na minha mente vai nascer.

Estou fazendo companhia  a lua minguante,
aqui nesse pico, sou o único habitante,
que com os raios do sol, venho encontrar.
Aqui, sério, sem mostrar nenhum sorriso,
encontro a paz que busco e preciso,
para meu passado de erros, amenizar.
Andando por um caminho sempre escuro,
consigo entrar num mundo que procuro,
e um jeito, de nesse tempo não mais voltar.

Sempre vejo, não sou o único nesse cume,
parece me acompanhar, um solitário vagalume,
que voa a meu lado, sem nada entender.
Será que percebe, que minha alma doente,
não queria jamais aqui estar presente,
por algo, que jamais conseguiremos  entender?
Meu olhar, que se perde no céu estrelado,
está tentando se livrar de um passado,
que esse silêncio, não consegue abater.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 16/11/2008
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