Medo do Escuro

É noite, e sob a penumbra negra que cobre o céu, caminham os ventos que se misturam com o perfume das flores campestres. O mesmo perfume que ludibria as cortinas e invade o quarto intoxicando meus pulmões.

As horas passam devagar e noite adentro os ruídos vão diminuindo dando passagem apenas para o silêncio que desmonta-se com o cantar dos grilos.

Parece que o tempo ainda não foi totalmente congelado, já que meu coração ainda bate e os grilos continuam cantando. A única coisa paralisada é o meu olhar que se mantém fixo na lua que aos poucos vai sendo atropelada pelas nuvens até o último resquício de luz se perder entre as árvores.

No meio da madrugada, o cenário começa a tomar uma forma melancólica e nada mais resta a não ser a tristeza que bate em minha porta.

Finalmente os primeiros passos do Sol começam a ser dados e já posso sentir o frescor da manhã tocando minha pele. Agora é dia, e o medo do escuro vai diminuindo com as vozes e a cantoria alheia.

O que me resta agora é levantar da cama e iniciar mais uma longa caminhada pelas ruas descalçadas, deixando para trás apenas as lembranças da noite.

Leandro Freire
Enviado por Leandro Freire em 13/11/2008
Código do texto: T1281630
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