O GOSTO DA NAVALHA

Solidão e tristeza estão

em meu intimo de homem.

Roubas me a noite,

frutifica no dia e oferece-me

um cálice de teu amor.

Lagrimas que afogam a vida

de palavra e navalha,

cicatriz em auto relevo na alma.

Como o pedaço do seu silencio,

Olho o vazio,

Olho nossos sonhos com suas enfunes

que gemem aos cacos.

Seus gritos na noite procuram

gotas do meu sêmen com gosto

de canela á chantili.

Os postes escoram tres dialetos

que á todos gritam de prazer;

--Á cozo

em meus nervos tortos e

gritos torcidos.

Moscas em nossas veias.

Tudo vai nos seus braços enfraquecidos

a flor da pele,

ossos e veia

que cozo.

Sobre a cama

Cantigas e rezas,

por quem não se faz

mais que dormir e dormir.

Pó que gera ópio

em nosso manto de ouro

Sobre o corpo nu,

Humilis di corpus amorreus.

Quem pensa que o amor é so rosas, não apertou o caule da roseira com seus espinhos.