TRAUMAS DE INFÂNCIA
Nenhuma voz desejaria ouvir...
Nenhum grito...
Nenhum lamento.
Nenhuma folha balançando ao vento.
À solidão não reagia.
Ela reinava absoluta torturando o meu ser.
Nela me abraçava procurando carinhos.
Isolava-me na escuridão do pensamento.
Era tal qual um pássaro ferido sem ninho.
Só uma lágrima se fazia companheira.
Passava sobre a minha face, ligeira...
Fria, macia, me acariciava.
Respirava ofegante sem pausar nem por um instante.
Por isso sentia-me desconfortante.
Nem a juventude sonhadora me consolava.
Esquecida no mundo...
Sensação de abandono a minha mente... Inundo!
Num sentimento doentio, que ninguém me amava...
O passado era um pesadelo de lembranças
Num túnel do tempo me via criança.
Dormir com choro e desconsolo...
Acordar com medo, e desesperanças.