RIO DOS OLHOS
O RIO QUE SURGE
DA NASCENTE DOS OLHOS
DE ALGUÉM QUE CHORA,
CHORAMINGA PELO AMOR
QUE JURA SER SEU, MAS,
QUE SEU NÃO É,
DESCE, ELE, CACHOEIRA ABAIXO
DO ROSTO CHOROSO E SEGUE
ATÉ AO MAR TURBULENTO E TURVO
DE SUA MÁGOA MAIOR QUE É,
ESTAR À MARGEM DESSE RIO, SÓ,
A ENCHÊ-LO DE LÁGRIMAS,
ÁGUAS DE SUA TRISTEZA TURVA
QUE INUNDA O LEITO DO RIO
DE SEU SER SOLITÁRIO,
À CAUSAR-LHE ENCHENTE
DE SOFRER QUE LHE ARRASA,
MAS, SE, O SEU AMOR VOLTAR,
O RIO DE LÁGRIMAS VOLTARÁ
AO CURSO NORMAL DE ÁGUAS,
NÃO SECARÁ, ELE, POIS,
À CHORAR SE CONTINUA, PORÉM,
DE ORA EM DIANTE, SOMENTE,
DE FELICIDADE LÍMPIDA.