Cartas à solidão - O Martírio
O MARTÍRIO
Só se percebe só, aquele que não antevê o final de sua noite,
E que percebe em seus pés, os grilhões da agonia eterna chamada
Solidão.
É uma cruz funesta, esta que se aloja em seu dorso,
Como um peso morto, ao mesmo tempo latejante.
É quando vem à tona o mais vil dos sentimentos,
A inveja, demonstrando seus seios fartos, e nos amamentando em mais terrível fel.
Inveja daqueles que se encontram,
Inveja daqueles que não se perdem,
Inveja daqueles que mente bem.
É nesta noite longa e fria, que as entranhas vêm à mostra,
E se exibem como estandarte em escola de samba.
O enredo, sabemos de cor.
A noite passa, e então surge o dia, e com ele,
A necessidade urgente de nos mascararmos em personagens,
Alegres, risonhos, simpáticos, úteis, viris, sedutores,
Doutores em vida e baixareis em felicidade.
E seguiremos assim, nesta pantomima cínica,
Em sinfonias vis, como uma ode ludibriosa,
Até que mais uma noite aconteça,
E se abra indecorosa, a orquídea negra e ermitã.
O MARTÍRIO
Só se percebe só, aquele que não antevê o final de sua noite,
E que percebe em seus pés, os grilhões da agonia eterna chamada
Solidão.
É uma cruz funesta, esta que se aloja em seu dorso,
Como um peso morto, ao mesmo tempo latejante.
É quando vem à tona o mais vil dos sentimentos,
A inveja, demonstrando seus seios fartos, e nos amamentando em mais terrível fel.
Inveja daqueles que se encontram,
Inveja daqueles que não se perdem,
Inveja daqueles que mente bem.
É nesta noite longa e fria, que as entranhas vêm à mostra,
E se exibem como estandarte em escola de samba.
O enredo, sabemos de cor.
A noite passa, e então surge o dia, e com ele,
A necessidade urgente de nos mascararmos em personagens,
Alegres, risonhos, simpáticos, úteis, viris, sedutores,
Doutores em vida e baixareis em felicidade.
E seguiremos assim, nesta pantomima cínica,
Em sinfonias vis, como uma ode ludibriosa,
Até que mais uma noite aconteça,
E se abra indecorosa, a orquídea negra e ermitã.