NA CORRENTEZA DESSE RIO
Aquela luz que brilha ao longe e não se alcança,
sempre piscando tal estrela em céu escuro;
que se nos foge, qual um doce da criança,
sempre esperança de livrar-nos de um apuro,
mas que se afasta na medida em que se avança...
Ela é meu norte, assim afirmo e quase juro,
e embora esteja tão distante, traz bonança,
torna mais leves contingências que eu aturo.
Despeja luz em minha vida; deixa mansa
a correnteza desse rio onde eu despejo
a torrencial sofreguidão do meu desejo.
Porém quem sabe, um dia eu canso e desacato,
na relativa incongruência do meu fado,
a fé mantida, sem cansaço, e ponho ao lado
o mesmo verso, a mesma estrela, o mesmo fato.
Aquela luz que brilha ao longe e não se alcança,
sempre piscando tal estrela em céu escuro;
que se nos foge, qual um doce da criança,
sempre esperança de livrar-nos de um apuro,
mas que se afasta na medida em que se avança...
Ela é meu norte, assim afirmo e quase juro,
e embora esteja tão distante, traz bonança,
torna mais leves contingências que eu aturo.
Despeja luz em minha vida; deixa mansa
a correnteza desse rio onde eu despejo
a torrencial sofreguidão do meu desejo.
Porém quem sabe, um dia eu canso e desacato,
na relativa incongruência do meu fado,
a fé mantida, sem cansaço, e ponho ao lado
o mesmo verso, a mesma estrela, o mesmo fato.