Solipsismo

Parece que os humanos, seres andantes,

mas nem sempre cavaleiros quixotanos,

desfrutamos desentendendo-nos:

no importante dos acontecimentos

e

nos beicinhos das cousas,

das que nem chegam a ser cousa,

mas apenas momento fugidio.

Vemo-nos, falamo-nos, até dizemos

qualquer expressão bem ou mal pensada

e abandonamos o outro, o qual fica cheio

de beicinhos que, por sua vez, nem logram

pronunciar palavra.

Foi ... Nada ... Só ...

Ficamos sós

mergulhados

em solenes ruídos